Em 2011 o Teatro Caleidoscópio vai surpreender você!

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30 setembro 2012











Fotos: Paul Domenack



André Amaro ministra oficinas em Lima


Em quatro dias intensivos de setembro deste ano, André Amaro ministrou duas oficinas (Atuação e Direção Cênica) em Lima, durante o X Festival Internacional de Artes Cênicas, organizado pelo Laboratório de Investigação Teatral de Angelo Sandoval. As oficinas foram ministradas no agradável Espaço Transito, em Barranco. A oficina destinada a atores buscou estabelecer um paralelo entre a expressão psicofísica do ator e o jogo dinâmico das formas intermitentes do caleidoscópio. A invenção de David Brewster fez pensar o teatro em termos de conexidade, de relações e contextos. "Se é possível descobrir no “brinquedo–filosófico” a sombra do ator, é possível inversamente perceber e despertar a capacidade caleidoscópica de movimento e expressão que se oculta na arte do ator e utilizá-la como ferramenta de poder, presença e beleza", diz. No segundo módulo da oficina, destinado a diretores, a noção de encenação foi transmitida segundo princípios igualmente caleidoscópicos, como um território de múltiplas combinações de elementos narrativos. E quando o objetivo é cortejar o olhar alheio, as sugestivas lições do “brinquedo-filosófico” servem igualmente ao discurso visual da encenação.


COMENTÁRIO de GUILLERMO INJOQUE, ator e participante, publicado no Facebook:

Ser participante de este importante taller de Direccion, ha significado para mi, volver a la fuente... a beber del conocimiento, del arte, de la experiencia viva, de las nuevas corrientes, de las diferentes concepciones, de las multiples versiones e interpretaciones del texto, de lo valido y vivencial, de las millones de posibilidades y el analisis, para la real creacion viva y organica del Director con los actores, veo con otros ojos, de una mejor manera y con mucho mas ilucion mi vida en el teatro y eso se lo debo a mi maestro Andre Amaro y a mis compañeros, Argentinos, Venezolanos, Chilenos, Canadienses, Peruanos, etc, etc, que con las discusiones conducidas por el gran Andre, compartimos todas nuestras locuras creativas. Gracias ANDRE AMARO, eres un testimonio de Calidad, experiencia y mucho conocimiento, y sabes lo mas bacan con la HUMILDAD que solo tienen LOS GRANDES.





19 maio 2012






TEATRO CALEIDOSCÓPIO 
LEVA ESPETÁCULO INFANTIL PARA
FESTIVAL EM LIMA


Texto de Flávia Savary, A Rosa que gira a roda
sela os 10 anos da sede do grupo 

Para comemorar os 10 anos de sua sede, o Teatro Caleidoscópio decidiu produzir seu primeiro espetáculo infantil. Baseada no livro A Rosa que gira a roda, da premiadíssima autora carioca Flávia Savary, a peça narra a ascensão de Rosa Acácia Margarida Miosótis Lilás Alfazema, menina pobre e órfã, que se transforma em salvadora do povo de Vila Aurora. Com tanto mau humor na cidade, não teve jeito: um dia tudo congelou! Tudo e todos, menos Rosa, cantadora de pregões a quem cabe encontrar a roda que fará girar a vida de volta ao povo de sua vila. Na busca pela solução do problema, Roda gira em torno de várias “rodas”: roda de ciranda, roda da fortuna, roda de samba, entre outras. Traços da cultura popular, humor e muita ação caracterizam a peça do início ao fim.

Depois de uma temporada de dois meses em sua sede, o Teatro Caleidoscópio leva a peça para o Festival Arte y Comunidad, em Lima. Estão previstas duas apresentações, em novembro: no espaço teatral do Grupo Yuyachkani e em escolas de Carabyllo, onde o grupo Puckllay - responsável pelo Festival - desenvolve suas atividades.

O grupo Caleidoscópio produziu uma trilha musical especialmente para a montagem. Nela, incluem-se melodias com letras da autora, além de clássicos da cultura popular brasileira.

Para o diretor do Teatro Caleidoscópio, André Amaro, a peça “reflete o espírito atual do grupo que também busca, na metáfora da roda caleidoscópica, o sentido da renovação e da continuidade de sua história como grupo teatral e projeto de pesquisa”.

SOBRE A AUTORA FLÁVIA SAVARY:

Escritora, ilustradora e dramaturga, Flávia Savary nasceu no Rio de Janeiro. Formou-se em Letras pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e trabalha com literatura desde 1979. Como ilustradora e artista plástica, participou de várias exposições nacionais e internacionais. Ganhou cerca de 80 prêmios literários, no Brasil e no exterior. Tem poemas, peças teatrais, crônicas e narrativas de ficção (para público infantil, juvenil e adulto) publicados em mais de 40 antologias.

A ROSA QUE GIRA A RODA recebeu o 1º Prêmio Ana Maria Machado de Dramaturgia Infantil e o Prêmio da Fundação Nacional do Livro Infantojuvenil Lúcia Benedetti 2012, para Melhor Livro de Teatro. O livro foi selecionado para o catálogo da Feira do Livro Infantil de Bolonha 2012, Itália.

Mais informações:

FICHA TÉCNICA:
Texto: Flávia Savary
Direção: André Amaro
Elenco: Flavia Neiva, Lilian França, Pecê Sanváz, Thiago de Moraes e Vanessa Di Farias
Cenário e Iluminação: André Amaro
Figurinos e Adereços: Ricardo Torres



SERVIÇO:
A ROSA QUE GIRA A RODA
Próxima temporada: FESTIVAL ARTE Y COMUNIDAD, LIMA, PERU.
29 de Novembro e 01 de dezembro de 2012
Teatro Yuyachkani e povoado de Carabayllo
Classificação: Livre


12 maio 2012


Repertório
Caleidoscópio leva para Festival, em Lima,
 peça  sobre os últimos dias de Garcia Lorca

Durante a Guerra Civil Espanhola, 
Federico Garcia Lorca se esconde da perseguição política num quarto secreto. 
Dois dias antes de morrer, tenta finalizar a sua última peça teatral.



UMA ÚLTIMA CENA PARA LORCA





Na programação de aniversário de 10 anos de sua sede, o Teatro Caleidoscópio apresentou Uma última cena para Lorca, uma das primeiras obras do dramaturgo Antônio Roberto Gerin (Deus e o diabo no bar da esquina, A vizinha de Antônio, O filho de ninguém, Vem comigo ver o rio descer). A peça remonta os últimos dias de Federico Garcia Lorca, antes de ser perseguido e fuzilado, aos 38 anos, pelas tropas fascistas de Francisco Franco, durante a Guerra Civil Espanhola.
Tudo começa a dois dias da morte do poeta granadino. Exilado num quarto secreto sob os cuidados de sua amiga Esperanza (referência a uma de suas confidentes na vida real, a amiga Esperancita),
Lorca tenta concluir mais uma obra, em um ensaio imaginário em que atores e personagens se confundem. Esses personagens fazem alusão a tipos conhecidos da obra de Lorca, como as mulheres de Bernarda Alba; Dona Rosita, a solteira; e os noivos de Bodas de Sangue. Outra característica do texto de Gerin é a atmosfera moral, política e social das peças de Garcia Lorca. Reside aí parte do mérito por ter sido apontado como um dos melhores textos da temporada carioca de 2005 e, por isso, indicado naquele ano ao Prêmio Shell na categoria Melhor Autor.
Esta é a segunda encencação do texto, desta vez sob a direção de André Amaro que concede à montagem as suas inspirações caleidoscópicas. Esta nova montagem conta com Lilian França, Sandra Cury, Gelly Saigg no elenco, e Josuel Junior, no papel de Lorca.


26 de novembro a 02 de dezembro
Teatro Yuyachkani - Lima, Peru
Entrada Franca

Texto: Antonio Roberto Gerin
Concepção e Direção: André Amaro
Elenco: Vanessa Di Farias, Lilian França, Pecê Sanvaz, Gelly Saigg, Dina Brandão, Aylan Carvalho, Flavio Monteiro e Josuel Junior.
Trilha sonora: Pecê Sanvaz
Cenário e Luz: André Amaro
Figurinos: Flavio Monteiro e André Amaro

12 março 2012

CASCUDO inaugurou temporada 2012




Caldeira de gestos

Extraído do livro “Teatro Caleidoscópio: o teatro por-fazer”, de André Amaro (Teatro Caleidoscópio, 2007)

A encenação de Cascudo, em 2002, inaugurou a sala de espetáculos do Teatro Caleidoscópio. Aqui, a vitalidade do “palco nu” e a essencialidade do gesto ganham força total. Pequenos cubos de madeira, dispostos simetricamente sobre o palco, poderiam sugerir uma cenografia mínima, mas, abstraídos de qualquer significação clara, tornam-se apenas a aparência volumétrica do vazio, diante da qual a presença e a narrativa corporal do ator acabam por ressaltar-se.
Em Cascudo, a improvisação é realizada sob a ótica da mímica, mas nutrida por referências gestuais brasileiras fornecidas pelo estudo de Luís da Câmara Cascudo, no livro “História dos Nossos Gestos – Uma pesquisa na mímica do Brasil”, de 1976. “Nossos porque, mesmo universais, os observara no Brasil”, observa o escritor, historiador, etnógrafo, antropologista cultural, crítico, sociólogo, orador, conferencista e poeta potiguar, autor de mais de 150 livros publicados sobre as matrizes do comportamento humano do homem brasileiro.
“Ele diz tintim por tintim a alma do Brasil em suas heranças mágicas, suas manifestações rituais, seu comportamento em face do mistério e da realidade comezinha. E sua vasta bibliografia de estudos folclóricos e históricos marca uma bela vida de trabalho inserido na preocupação de “viver” o Brasil” [1], comentou certa vez o amigo Carlos Drummond de Andrade.
A sugestiva caldeira da “gestualidade brasileira” apresentada por Cascudo - mão no queixo, andar requebrado, tirar o chapéu, usar o nariz, dedos em cruz, cabeça no coração, sobrolho, pé direito, entre muitos outros gestos dos mais de 300 exemplares por ele catalogados – ofereceu inspiração às improvisações iniciais. Não poderia faltar – até mesmo por remissão ao sobrenome do autor - o também chamado “cascudo”, conhecido golpe na cabeça com as articulações dos dedos.
O trabalho de exploração gestual avançou para o campo da dramaturgia em pouco tempo. Fomos buscar, em outras obras de Câmara Cascudo, material para a elaboração de um roteiro capaz de amalgamar os gestos numa teia de ações dramáticas. Queríamos uma história para contar. Não mais uma sucessão de cenas isoladas, como em A Festa de Baco; ou uma sucessão de cenas unidas por uma temática comum, como em O Sonho do Sátiro. Queríamos, agora, uma seqüência de fatos, linear ou não, que contasse, com gestos, palavras e um palco nu, uma história criada por nós mesmos.  
Os livros de contos, lendas e superstições, o Dicionário de Folclore Brasileiro, algumas passagens biográficas e frases célebres do famoso “folclorista” (termo que Cascudo abominava) convergiram simultaneamente para a nossa arena. Os contos Os Compadres Corcundas, O Peixinho Encantado, O Homem que pôs um Ovo!, Mata-Sete e As Irmãs Tata se misturaram às lendas da Iara e do Curupira para compor o roteiro. Criamos, após um longo período dedicado à improvisação, uma saga folclórica protagonizada por um menino sonhador e preguiçoso. Diariamente, ele acorda sob a ameaça de um “cascudo merecedor” e vai cumprir, a contragosto, as tarefas que lhe são incumbidas pela mãe. Ao sair de casa para colher lenha ou buscar água, tem a sua atenção desviada pelos chamados da floresta. É aí, em meio a tipos raros e seres fantásticos do rico imaginário popular brasileiro, que o menino se envolve em situações pra lá de embaraçosas, conduzindo o espectador a uma viagem – real e onírica ao mesmo tempo - pelo interior do país. 

Teatro antropológico?

Cascudo inaugurou a sala de espetáculos do Teatro Caleidoscópio, em 2002, sob olhar da crítica local. O jornalista Cláudio Ferreira, do Correio Braziliense, parece ter reconhecido a proposta caleidoscópica:

 “Num espetáculo de bolso, há que se fiar no talento dos atores. André Amaro reuniu um grupo com muita garra e expressividade. Só com figurinos criativos[2], poucos adereços e atores com pique invejável, a montagem consegue fazer o espectador mergulhar nos ‘‘causos’’. Para criar o clima, músicas recolhidas do folclore nacional fazem a abertura do espetáculo. Depois, é uma sucessão de quadros que mostram os tipos brasileiros e as lendas nacionais. Tudo muito ágil, quase sem intervalos entre as cenas” (25 de outubro de 2002).

No ano seguinte, durante o Festival de Curitiba, analisou o jornalista Beto Lanza, da Folha de São Paulo:

“Para a encenação, o diretor usa uma partitura desenvolvida pelos atores, pautada na dramaturgia corporal, seguindo os indicativos pinçados da obra de Cascudo. Não há elementos cenográficos, apenas alguns cubos vazados. O cenário é substituído pelo gestual dos atores, que ora definem o espaço, ora os objetos, o que resulta em um espetáculo minuciosamente coreografado, usando como suporte apenas a música executada ao vivo pelos atores. [...] Este é o diferencial desta peça em relação às contações de histórias que, geralmente, sustentam-se na palavra. Aqui a palavra é usada em pé de igualdade com os movimentos, ambos caminham lado a lado de forma complementar, criando um conjunto harmonioso de ações e textos. Esta é uma peça indicada aos amantes da cultura brasileira e aos pesquisadores interessados em apreciar uma experiência de teatro antropológico bem sucedida”. (28 de março de 2003)

O pretenso elogio foi, ao mesmo tempo, um convite à reflexão. “Teatro antropológico” – que não tem o mesmo viés conceitual de “antropologia teatral”, embora pertença à mesma zona investigativa – era, para mim, um termo distante de minhas experiências teatrais, ainda tão isoladas quanto inomináveis. O termo – trazido à baila por Eugenio Barba, mas também ligado a nomes de igual importância como Grotowski e Schechner - traduz o esforço criador e filosófico do teatro “cujo ator se dispõe a enfrentar sua própria identidade [...] no encontro com o “outro”, com o diferente, não para impor [seus] horizontes ou maneiras de olhar, mas para permitir uma abertura que [o] possibilite vislumbrar, além do universo conhecido, um novo território” [3].
Haveria, em Cascudo, fundamentos que justificassem o enunciado?  Por que razão concreta a montagem esteve associada ao teatro antropológico se nunca conseguimos promover intercâmbios com outros grupos? Se nunca nos expomos a uma confrontação que ampliasse nossa percepção sobre nós mesmos? Se o interculturalismo a que se propõe o teatro antropológico conotava certo sentido caleidoscópico (descoberta da unicidade através da multiplicidade), o jovem grupo do Teatro Caleidoscópio, por sua vez, carecia de vivência intercultural. Nesse sentido, não havíamos realizado nenhuma “experiência antropológica bem sucedida”, como gostaria de nos fazer acreditar Lanza. Mas, por trás da insinuação, percebi o enlace.
Patrice Pavis, em seu Dicionário de Teatro, define teatro antropológico como “uma tendência da encenação que se esforça em examinar o ser humano em suas relações com a natureza e a cultura” (1996, p. 374). A definição parece estabelecer um elo mais coerente com os propósitos do Teatro Caleidoscópio em Cascudo: pesquisar o comportamento do homem brasileiro, a partir das bases mitológicas de sua cultura.
Por outro lado, não é difícil reconhecer certa influência estética do teatro de Eugenio Barba. A utilização de objetos cênicos a serviço de uma sugestiva simbologia, por exemplo, é um recurso recorrente em alguns dos projetos do Teatro Caleidoscópio. Em Cascudo, os objetos são substituídos por instrumentos musicais que ora produzem música, ora tocam e ressoam como elementos de sonoplastia, ora servem a outros significados: um pandeiro transforma-se em tigela para bater bolo; um ganzá, em mamadeira; um chocalho, em telefone; um triângulo, em alça de sacola, e assim por diante.
Nos espetáculos do Odin, conta-nos Barba, o instrumento musical não serve apenas para tocar; é um acessório, uma parte do corpo do ator que participa, igualmente, da composição das ações cênicas: “fazer entrelaçar a acentuação da música com os acentos energéticos dos atores é exatamente o princípio sobre o qual se baseiam todas as formas do teatro oriental: os acentos sublinham, reforçam, ampliam os acentos das ações dos atores” [4]
Se a música, em Cascudo, é “teatralizada” pelos atores, tornando-se um elemento dramático e visual, em outras montagens ela fica a cargo de músicos ou sonoplastas que a executam - ao vivo ou não - de fora para dentro da cena. Seja como for, o universo sonoro é uma peça de grande interesse, tanto para a atuação quanto para a encenação. Ali, residem o batimento cardíaco, o ritmo e as mais variadas dinâmicas, tensões e intenções com que se pode construir uma vida cênica pulsante.


[1] CUNHA LIMA, D. Câmara Cascudo, um brasileiro feliz, p. 188.
[2] Os figurinos foram inspirados no peixe “cascudo”, que leva esse nome por possuir pele grossa, semelhante a uma casca. Para ganharem o efeito desejado (manchas e rigidez), as roupas foram pintadas com tinta automotiva. No acabamento, utilizou-se cola plástica branca para ressaltar o corte e a costura aparente das roupas rústicas usadas no interior.
[3] BARBA, EUGENIO, Além das Ilhas Flutuantes, pp. 189-190.
[4] Idem, p. 80      




LEIA MATÉRIAS

04 janeiro 2012


HOMENAGEM DO TEATRO CALEIDOSCÓPIO
O Teatro Caleidoscópio comemora os 10 anos de sua sede, no Setor Sudoeste. O vídeo homenageia os atores, diretores, dramaturgos, colaboradores que estiveram envolvidos em projetos do grupo ao longo da última década.




08 dezembro 2011

PARA UM TEATRO POBRE é reeditado pelo Teatro Caleidoscópio e Editora Dulcina

A ideia de um teatro destituído de efeitos e construído sobre a relação viva entre atores e espectadores constituiu, por longo período, o pensamento e a prática artística de um homem incomum: o encenador polonês Jerzy Grotowski, criador do chamado “teatro pobre”. Os textos que fazem parte desta obra foram organizados pelo teatrólogo italiano Eugenio Barba (diretor do Odin Teatret), que de 1958 a 1962 uniu-se a Grotowski, em Opole, Polônia, para acompanhar o desenvolvimento de seu método de trabalho e assistir à preparação de suas produções.
"Para um teatro pobre" difundiu mundialmente as ideias desse artista e pensador revolucionário, que viu seu pequeno Teatro das 13 Filas (Teatr 13 Rzedów) se transformar numa das mais respeitadas instituições de teatro, o Teatro Laboratório (Teaterlaboratorium).
Grotowski inventou seu próprio caminho, propondo ao ator uma atuação baseada em leis inegociáveis: a concentração, a autoexposição e o entregar-se completamente. Ao redimensionar o papel do ator, levantou questões que permeiam até hoje as discussões sobre o teatro e sobre o seu lugar no curso das transformações contemporâneas.
O Teatro Caleidoscópio e a Editora Dulcina reeditam esta obra apostando no fundamento que melhor define a pesquisa de Grotowski: o teatro como arte do encontro, como transcendência da solidão.

PARA UM TEATRO POBRE
de Jerzy Grotowski
Organização de Eugenio Barba
Prefácio de Peter Brook
Tradução de Ivan Chagas
2ª edição
208 p.
45,00 
Nas livrarias

27 março 2011

TEATRO CALEIDOSCÓPIO

O Grupo Caleidoscópio é uma denominação imprecisa; não se refere a um grupo que se mantém inalterado, mas à reunião aleatória e eventual de pessoas, nunca igual em sua formação, que integram um projeto de trabalho comum, num dado momento histórico. Ao longo desses anos, o Grupo Caleidoscópio foi sempre uma trupe errática, com missões específicas e destinos incertos... “Cada novo grupo que se forma é também um novo rito que se inicia, uma nova configuração de trabalho. Cada ator é uma peça que o acaso lança sobre o tempo. Alguns voltam a aparecer e fixam ali uma presença maior”, diz o diretor André Amaro. Atualmente, o núcleo de criação do Teatro Caleidoscópio é composto por Lilian França, Elia Cavalcanti, Vanessa Di Farias, Pecê Sanvaz, Da Mata, Flavio Monteiro e Claudio Lago e as atrizes convidadas Dudu Bartholo, Dina Brandão e Sheila Aragão.
Criado em 1994, o Teatro Caleidoscópio é um projeto de pesquisa da linguagem teatral desenvolvido em Brasília pelo ator e diretor André Amaro desde 1994. Nesse projeto, alguns princípios do "brinquedo filosófico" são aplicados na prática corporal do ator e inspiram a concepção dramatúrgica e plástica das montagens. A companhia já encenou mais de 14 espetáculos. As montagens nascem de motivações distintas, de oficinas ou de encontros temporais com atores e diretores, ou de experiências e descobertas momentâneas, idéias e paixões compartilhadas, necessidades mútuas, desafios, acasos. Igualmente alternantes são as temáticas das peças. Tratam de assuntos diversos e exploram gêneros dramáticos também diversos. O processo de trabalho, sempre inspirado nos princípios caleidoscópicos, modifica-se a cada novo projeto dando origem a novas concepções e formatos. Dionisos (1995), A Órfã do Rei (1996), Cascudo (2002), Traços ou Quando os Alicerces Vergam (2006) e (Escavações) no Jardim de Mônica (2008) estão entre os espetáculos com maior número de apresentações no Brasil e no exterior e prêmios recebidos.
Em 2002, nasceu o Teatro Caleidoscópio, desta vez uma sala para oficinas, ensaios e apresentações de peças de pequeno porte, instalada em Brasília, onde o grupo passou a desenvolver o seu trabalho com mais autonomia e liberdade. Mais sobre o Teatro Caleidoscópio está publicado no livro de André Amaro Teatro Caleidoscópio: o teatro por-fazer. Veja detalhes aqui.











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Fonte: Programa Minuto de Cultura produzido pela 
Cia. do Filme para a TV Câmara,  
com o apoio do SESC-DF.